Devemos sempre seguir os bons exemplos.
Hoje o blog traz uma história inspiradora, uma história de perseverança que veio pra mostrar que se você quer perder alguns quilinhos, reduzir o doce ou o refrigerante que você acha que não vive sem, voltar pra academia ou caminhada...enfim, qualquer uma dessas mudanças, VOCÊ PODE! Tudo isso parece muito simples quando olhamos para uma história como essas.
Essa é a história da Ju, uma pessoa muito querida, nutricionista, inteligentíssima e, acima de tudo, um exemplo de DETERMINAÇÃO. Ela topou contar pra nós como conseguiu ter uma alimentação saudável, sair do sedentarismo, ganhar medalhas e... perder 19kg! O objetivo é inspirar muita gente e provar que mudar de hábitos é possível sim, basta ter força de vontade.
“Era uma vez uma nutricionista obesa que foi desclassificada de uma seleção só por esse motivo, ser gorda. Isso logo na primeira seleção de emprego pós-formatura! Traumatizante, digamos assim. Mas essa ‘nutri’ não desistiu da profissão por isso. Foi fazer o que sempre gostou de fazer: estudar. Com seu estudo, passou no mestrado em outra cidade e se separou fisicamente do seu noivo, um dos grandes incentivadores para uma vida saudável (ele é educador físico e foi seu personal trainer por um bom tempo). Morando sozinha, veio a ansiedade, a solidão, a liberdade, o descontrole e a tristeza. E alguns quilos a mais. Passou dos seus habituais 87 - 88kg, para inacreditáveis 94,5kg em 6 meses. Isso tudo em seus ‘altos’ 1,68m de altura - bastante coisa! Sempre teve problemas com o peso e esse, de fato, era o seu peso máximo na vida. Sempre fez atividade física, desde criança, mas nunca controlava a boca. Daí, ficou sedentária por alguns meses, deu no que deu:
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Foto: Parque do Ibirapuera - Abril/2011
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Então, foi passar o Dia das Mães na sua cidade natal. Logo que chegou, seus pais acharam muito preocupante o que estava acontecendo. Só engordava, ficava apenas na dinâmica “casa – faculdade – casa”, comia tudo o que queria porque não tinha ninguém vendo, tentava diminuir aqueles sentimentos ‘novos’ comendo! Como estava sem bolsa de mestrado (auxílio financeiro que os estudantes de pós-graduação recebem), não tinha como frequentar uma academia, já que era um custo a mais e, como o dinheiro estava contado, não queria dar mais esse gasto a seus pais. Só que eles perceberam que não poderia continuar assim. Então, deram o dinheiro para a matrícula na academia – e era para fazer! Aquela nutri, já um pouco preocupada com seu ganho de peso, suas roupas não dando mais (vestia no busto 48/50 e no quadril 46/48), aceitou aquele como um novo desafio para a sua vida: sair dos 90 kg! E o prazo seria até as férias de julho.
Iniciou na academia no dia 12 de maio de 2011. Depois de uns 8 meses sem pisar numa academia, voltou. Com a retomada nos exercícios, tentou controlar a boca. Não foi bem uma ‘dieta’, mas deixou de comer pizza todo domingo depois da missa sozinha na padaria (3 ou 4 fatias), tomava cada vez menos refrigerante, passou a controlar os doces, as frituras... Até o dia 20 de junho de 2011, tinha perdido 3 kg. Foi de férias com 91,5kg e, mesmo com 40 dias de férias, voltou para São Paulo com os mesmos 91,5kg. Como conseguiu? Entrou na academia e, mesmo nas férias, tentava ir de segunda a sexta. Retornando em agosto, voltou com um novo desafio: perder 25,5 kg (chegar aos 66kg) e sair das faixas de “risco”: chegar ao IMC adequado (≈ 23,5 kg/m²); Circunferência da cintura adequada (< 88 cm); Percentual de gordura corporal menor que 22%, além de melhorar meu condicionamento físico, já que andava muito a pé e não agüentava nem subir os 6 quarteirões que a separava da faculdade. Sem contar o alerta que o ginecologista fazia sempre: “se você engravidar com esse peso, mesmo sendo nova, sua gravidez é de altíssimo risco!”).
E como, mesmo com muito esforço, não deu para fugir da comidinha de casa, resolveu encarar uma reeducação alimentar, afinal era nutricionista e sabia os alimentos ditos saudáveis e os não-saudáveis. Foi um desafio, mas “grandes desafios necessitam de grandes esforços” e como não era forte o suficiente para encarar esse desafio sozinha, pegou o dinheiro de uma bolsa extra da faculdade que conseguiu e pagou um personal trainer na academia onde malhava desde maio. Mesmo seu noivo sendo da área de Educação Física, não poderia contar com o estímulo dele alí, na hora dos exercícios, na hora que queria fraquejar, na hora que burlava a ficha de treinos, pois eles estavam longe um do outro.
O professor se tornou seu amigo e a estimulava diariamente, sempre dizendo: “Bora, não desiste não!! Você é mais forte do que pensa!”. E algumas mudanças na alimentação foram bem drásticas: como prato protéico, comia soja 5x/semana (nunca tinha comido soja na vida), frango ou peixe ou ovo 1x/sem., e carne vermelha 1x/sem. no máximo; no RU da faculdade, como tinham 3 opções de salada (2 cruas e uma cozida), colocou na cabeça que tinha que comer das 3 opções, mesmo não gostando (agrião, almeirão, tabule, tomate... no começo: “eca”!), mas comia e numa quantidade considerável; não tomava sucos nem líquidos durante o almoço, não toma mais refrigerante e optava pelo arroz integral, em quantidades bem menores, além do feijão de todo dia. A sobremesa era sempre a opção de fruta do cardápio e deixou de frequentar a cantina da faculdade, com seus milhares de pães de queijo e chocolates quentes! Nas compras no supermercado, como era sempre ela quem fazia, optava pelo essencial (nada de ‘tranqueira’) e só alimentos saudáveis. Passou a consumir leite e derivados (pois não tinha o hábito) e os lanches eram basicamente frutas, saladas e vitaminas (isso até nos fins de semana!).
A preocupação com o tempo seco, desde que veio morar em São Paulo, a fez ter o hábito de sempre estar bebendo água, com uma garrafinha do lado! No início, com todas essas mudanças, o ato de comer passou a ser “terapêutico”, pois via na alimentação uma forma de melhorar a sua vida, seu remédio para uma vida mais saudável, mesmo sendo difícil, acabou que virou um hábito – e seu intestino disse “muito obrigada” pelas fibras diárias!
E essa união de “exercícios físicos regulares (de segunda a sábado, com corridinhas aos domingos) + dieta + força de vontade” a fez perder 6kg no primeiro mês. Foi de 91,kg para 85,5kg em uns 40 dias. Sempre corria, uns trotes e tal, maratonas de revezamento com seu noivo, mas com a amizade com o novo professor, praticante de Biathlon ou Duathlon Aquático, acabou voltando a praticar o que fez por quase 10 anos na infância: natação. Em meados de setembro, passou a nadar 2x/semana, além do que já praticava (corrida e musculação). Foram treinos super prazerosos, pois sempre gostou de nadar, mas nunca mais teve a oportunidade de praticar o esporte depois ‘de grande’. Como morava perto de uma piscina olímpica, num complexo esportivo público, ficou fácil ter mais esse esporte no seu dia-a-dia, além de sair da rotina de treinos na academia. Se antes, a ansiedade era descontada na comida, agora era nos momentos de atividade física, momentos que foram transformados em puro lazer/prazer! (E a endorfina – hormônio liberado quando praticamos esportes que proporciona sensação de prazer - nos responde isso...)
Em novembro, ia ocorrer a última etapa do 19º SPOPEN de Biathlon em Santos, onde seu professor e um grupo de amigos, feito por conta da academia, iam participar. Então, a aluna colocou na cabeça do professor que ele seria o treinador dela e que ia juntar o que já fazia com o retorno às piscinas. Então o desafiou e foi fazer a prova. Foram 500 (intermináveis) metros no mar e 3 km de corrida. E o resultado foi:
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Foto: 5º lugar na etapa final do SP OPEN de Biathlon em Santos – em 12 de novembro de 2011 (exatos 6 meses da retomada na academia em maio)
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O que era apenas um “desafio de perder peso”, agora também passou a ser um “desafio de ganhar medalhas e troféus” e se superar a cada dia de treino. Na ocasião, já estava nos seus 80 kg, lutando para chegar na casa dos 70 kg... cada vez mais distante dos 94,5kg iniciais.
E os treinos se intensificaram porque vinha mais um desafio pela frente: Gatorade Biathlon Series Etapa Guarujá, 15 dias depois. E mais uma medalha e um troféu para a estante. E mais uma maratona de revezamento, em que correu 5,5 km em 32 min (recorde pessoal), te trouxe mais uma medalha.
E a meta final (66kg) ficava cada vez mais longe de ser alcançada. Porque, se antes perdia 6kg em um mês, agora era 3 ou 4 kg.
Com frases de auto-ajuda, com o incentivo diário do noivo, mesmo de longe, e do professor-treinador-amigo, com a força de todos que a acompanhavam nessa luta... Cada meio quilo perdido era comemorado como se fossem 3kg a menos! E “YES, I CAN” (parafraseando o presidente Obama) passou a ser o lema: “SIM, EU POSSO melhorar a minha vida!”. Pele, cabelo, disposição, auto-estima, ânimo, auto-confiança, vaidade, força e determinação só melhoraram nesse intermédio. Além das novas (e menores) roupas adquiridas – que davam um estímulo a mais. Passou a usar 44 no busto e 40 no quadril, a caber em roupas M... algo inédito!! E em cada elogio de “poxa, como você emagreceu e está bem!”, encontrava mais força para continuar na luta.
E como “grandes desafios necessitam de grandes esforços”, o esforço continua... E #vamoquevamo que o desafio continua. A nutricionista ainda não chegou lá, mas de onde partiu, o que caminhou já merece ser comemorado! Afinal, o que são agora só 9,5kg para quem já perdeu 19kg?! NADA! Só um pouco mais de paciência e determinação (porque é um desafio a médio e longo prazo) que nossa personagem vai começar a ver o portal escrito “CHEGADA” e ultrapassar todos os seus limites. Além de ganhar mais do que qualquer medalha ou troféu; ganhar uma vida mais saudável e com mais qualidade de vida!
E o que era...
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Assim em Dezembro de 2010... |
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...passou a ser assim em Dezembro de 2011 |
E começa mais um ano de desafios constantes e muita perseverança.
E #vamoquevamo, que agora que ficou bom! Porque “YES, I CAN”!
E essa história não terá o fim esperado por aquela outra profissional que não selecionou a nossa nutricionista no começo dessa história para o tal emprego, pois a nutricionista obesa ficou no passado. O que restou agora foi uma nutricionista com muita força de vontade de mostrar para todos que a ‘nutrição aliada a bons e regulares exercícios físicos’ fazem a diferença!”
Veja a diferença:
Data da Avaliação | 11/05/2011 | 06/12/2011* |
Peso atual | 94,5 kg | 77,3 kg |
Altura | 1,68m | 1,68 m |
IMC | 33,5 kg/m² | 27,4 kg/m² |
Percentual de gordura | 44,02 % | 30,94 % |
Peso magro | 50,18 kg | 54,01 kg |
*Valores da última avaliação física, mas ressaltamos que o peso atual é 75,5 kg (em 30/jan/2012).
E aí? Alguém ainda tem dúvidas de que é possível??
Isabella Barbosa